Habitações sociais e crescimento limitado de Florianópolis foram destaque no Super 17

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Habitações sociais e crescimento limitado de Florianópolis foram destaque no Super 17

Evento do Grupo ND, o Super 17 reuniu empresários, arquitetos e grandes nomes da cidade para discutir plano diretor de Florianópolis.

A tarde desta terça-feira (15) foi marcada por um evento de compartilhamento de ideias e soluções para Florianópolis. O Super 17, evento do Grupo ND em comemoração aos 17 anos do Jornal ND, reuniu arquitetos, empresários e grandes nomes da cidade para discutir o novo plano diretor de Florianópolis.

O primeiro dia do Super 17 tratou sobre os problemas de habitação social em Florianópolis e o crescimento limitado da cidade.

O prefeito de Florianópolis, Topázio Neto (PSD), o presidente do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção de Florianópolis), Marco Aurélio Alberton, o arquiteto Ângelo Arruda, o ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, o professor Neri dos Santos, o professor sênior do Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina e CEO do Instituto STEL, Paulo Silveira Santos, do grupo Lumis, e o advogado conselheiro da cidade de Florianópolis e especialista em direito tributário,  Vinícius Loss.

O Super 17 contou com a abertura de Marcello Corrêa Petrelli, presidente executivo do Grupo ND, que destacou a importância do jornalismo em cooperação com a sociedade.

“Queremos cada vez mais que nossa empresa seja uma prestadora de serviços. O que nós queremos é discutir o plano diretor, os problemas e as soluções. Nossa cidade sempre foi uma cidade com falta de união, de pensamentos muito particulares, e temos conversado muito pois nos últimos anos muita coisa tem sido feita. A união da cidade tem gerado oportunidade e renda. Se a cidade vai bem, todos nós vamos bem”, declara.

Topázio Neto admite preço alto da moradia em Florianópolis

Em uma fala na abertura do Super 17, Topázio Neto admitiu o custo alto para morar em Florianópolis e trouxe soluções.

“Temos que admitir, não podemos tapar o sol com a Peneira, Florianópolis é uma cidade cara. Hoje quem ganha R$ 1.200 não consegue morar em Florianópolis. Já registramos na Caixa três terrenos na Prefeitura para ter 350 construções do Minha Casa Minha Vida. Com o novo plano diretor vamos construir mais áreas que estamos colocando à disposição. Esses apartamentos vão custas de 200 mil a 300 mil reais”, refletiu.

Topázio prometeu ainda uma calculadora de área de construção civil.

“Vamos lançar a outorga onerosa, para as pessoas calcularem quanto a mais podem construir no seu terreno e quanto isso vai custar”, afirmou o prefeito.

Construção irregular e habitações sociais pautam seminário

Logo depois da fala de Topázio o Super 17 começou a discutir o problema das habitações irregulares em Florianópolis e propor soluções para a temática.

“Temos que ter a possibilidade de ter lotes sociais na Beira-mar. Há lotes que não se pode fazer absolutamente nada, que daria para fazer. Nós temos protagonismo, em Florianópolis todos os locais dão para construir habitações sociais. O último empreendimento que a prefeitura disponibilizou foi na Ponta do Leal. Falta moradia, e o que tem é caro”, exemplifica o arquiteto Ângelo Arruda.

Para ele, é preciso pensar no desenvolvimento da cidade em conjunto com as habitações, afinal, opina que hoje quem mora na cidade procura locais com menor custo, o que muitas vezes são as construções irregulares que facilitam o acesso para a população mais pobre da Capital.

Segundo Arruda, hoje Florianópolis só tem capacidade para abrigar no máximo um milhão de pessoas, ou seja, há um limite próximo para o crescimento populacional.

A opinião foi compartilhada também pelo advogado Vinícius Loss, que disse que é preciso, além das habitações, entender o porquê em Florianópolis muitas pessoas constroem em áreas verdes.

Para Loss, o caminho para solucionar o problema de ocupações em áreas verdes não é proibi-los e sim agregar valor ao local. Para ele, hoje, mesmo que a cidade tenha uma extensa área verde, há pouca valorização dos locais. Assim, a população ocupa desenfreadamente, sem entender porque precisam preservar o local.

“Não adianta proibir, temos que regularizar. A ideia, por exemplo, é agregar valor, onde a pessoa compra o local e sabe qual porcentagem ela pode construir, e qual precisa preservar. Depois, a ideia é que essa porcentagem seja revista, assim, todos juntos conseguimos preservar e não só deixar nas mãos da prefeitura”, afirma.

“Hoje, de fato, a prefeitura não tem receita para sustentar essas áreas verdes e precisamos encarar esse problema. Não há como preservar árvores e construir prédios, mas podemos construir prédios onde já existem construções e pensar em um crescimento consciente”, completa o advogado.

Mobilidade urbana

Já o professor Neri dos Santos, diz que é preciso pensar também em mobilidade urbana, que hoje, crê que seja muito complicada para quem mora em Palhoça, por exemplo, e trabalha em Florianópolis.

“Temos que olhar três previsões fundamentais. Quando falamos de mobilidade, devemos pensar em mobilidade das pessoas, se não vamos fazer o absurdo arquitetônico de Brasília. Hoje a cidade precisa ser de uso misto. É preciso ter novos centros. Os serviços públicos de água, esgoto, energia ficam mais baratos e preservamos o meio ambiente”, opina.

Os palestrantes do Super 17 concordaram que é preciso que Florianópolis expanda a moradia para fora dos grandes centros, construindo mais oportunidades de emprego para além do centro da cidade.

Para o ex-prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi,  houve mudanças na discussão nos últimos anos.

“Em 2021, 2022, houve uma grande mobilização que fez com que cada uma das áreas da cidade participasse do processo de discussão. Fala-se muito de adensamento dentro de Florianópolis.  A densidade em Florianópolis é muito baixa. Cada área pode ser equipada. Ingleses, por exemplo, hoje é um bairro totalmente independente. O centro da cidade ainda é o maior polo de atração, e 60% dos empregos estão na área central, daí vem os congestionamentos nas pontes todo santo dia”, diz.

O evento finalizou com perguntas abertas ao público e com o agradecimento dos palestrante que agradeceram pelo debate estabelecido pelo Grupo ND.

Fonte: https://ndmais.com.br/infraestrutura/habitacoes-sociais-e-crescimento-limitado-de-florianopolis-foram-destaque-no-super-17/

Foto: Leo Munhoz/ND

 

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