À frente do Sinduscon Grande Florianópolis nos últimos quatro anos, Marco Alberton faz um balanço de sua gestão na entidade, destacando a participação ativa do sindicato, projetos inovadores e o compromisso com o crescimento urbano sustentável.
Nos últimos anos, o Sinduscon Grande Florianópolis se consolidou como um agente de transformação no setor da construção civil, promovendo mudanças e avanços significativos na região. Sob a liderança de Marco Alberton, que deixa a presidência após quatro anos à frente da entidade, o sindicato ampliou sua visibilidade e relevância. Alberton priorizou uma gestão inclusiva, fortalecendo a participação de empresas de todos os portes e a integração entre as entidades e sociedade civil, promovendo um “Sinduscon de todos”. Sob seu comando, o Sinduscon não apenas cresceu em representatividade, com um aumento de 85% no número de associados, mas também se tornou um espaço onde a participação deixou de ser obrigatória, demonstrando a força e o compromisso do setor. Sua gestão foi marcada pela atuação ativa em conselhos e pela participação direta nos planos diretores das cidades, reforçando o papel do sindicato em defender o setor legal da indústria. Neste ano, o empresário Carlos Berenhauser Leite assume a presidência do Sinduscon Grande Florianópolis para o biênio 2024-2026. Nesta entrevista Alberton faz um balanço de sua gestão, destacando os desafios enfrentados, as conquistas alcançadas e o legado deixado para o futuro do segmento.
1 – Quais foram os principais desafios que você enfrentou ao assumir a presidência do Sinduscon Grande Florianópolis? Quando assumi a presidência, estava ciente de que precisávamos reestruturar a imagem do Sinduscon e expandir nossa atuação. Nosso maior desafio foi tornar o sindicato mais inclusivo e acessível, atendendo a todo o setor da construção civil. Queríamos criar um “Sinduscon de todos”, uma entidade que representasse de forma efetiva os interesses da indústria legal e estabelecesse um diálogo mais próximo com os poderes públicos e outras organizações. Além disso, enfrentamos a burocratização dos processos e a visão negativa que muitas vezes recai sobre o setor. Trabalhamos para mostrar que a construção civil é parceira no desenvolvimento das cidades, capaz de atuar de forma ordenada e sustentável. Nosso objetivo era mostrar que é possível conciliar crescimento urbano com preservação ambiental, e que o setor pode ser um catalisador para um futuro mais equilibrado e consciente. 2 – Durante a sua gestão, o Sinduscon participou ativamente de diversos conselhos e câmaras, incluindo os planos diretores das cidades. Qual foi o impacto dessa estratégia? A participação em conselhos, câmaras e especialmente nos planos diretores das cidades foi fundamental para nos posicionarmos como interlocutores nas discussões sobre desenvolvimento urbano e sustentabilidade. Ao nos envolvermos ativamente na elaboração e revisão dos planos diretores, contribuímos para orientar o crescimento das cidades de forma planejada e ordenada. Estivemos presentes em mais de 14 conselhos, abrangendo áreas como saneamento, meio ambiente, habitação e planejamento urbano. Essa atuação permitiu que o Sinduscon influenciasse diretamente políticas e decisões que afetam a construção civil e a qualidade de vida nas cidades. Além disso, ao defender o setor legal da indústria, ajudamos a promover práticas que alinham a construção civil ao desenvolvimento sustentável. 3 – Quais ações e projetos você destacaria como os mais importantes durante sua gestão? Uma das nossas maiores conquistas foi a consolidação desse conceito de um “Sinduscon de todos”. Queríamos que a entidade fosse mais participativa, trazendo empresas e diretoria para colaborar de forma ativa. Isso foi um grande desafio, mas conseguimos superá-lo gradualmente, mostrando a importância de estarmos unidos e atuantes. O número de associados cresceu 85%, e hoje temos uma presença mais forte e diversificada. Além disso, trabalhamos na modernização da imagem do Sinduscon e trouxemos diversos benefícios para os associados, como seguros, serviços contábeis, e saúde, estabelecendo parcerias com entidades como a ACIF, CDL e Sesi. Outro projeto significativo foi a consolidação do CUB (Custo Unitário Básico da Construção) em Santa Catarina, uma responsabilidade do nosso Sinduscon. O CUB é um indicador essencial para o reajuste de contratos, amplamente utilizado pelas empresas durante a construção. Nós desenvolvemos mais de 23 tipos de CUBs, cobrindo diferentes segmentos como residencial, comercial, e padrões de construção. Essa responsabilidade envolve muita seriedade e representatividade, e nos orgulhamos do trabalho realizado. 4 – A questão da sustentabilidade foi uma prioridade durante sua gestão. Como o Sinduscon atuou nessa área? Desde o início, sabíamos que a sustentabilidade seria uma prioridade. Temos uma diretoria específica para o meio ambiente e nos envolvemos ativamente nos planos diretores, promovendo o desenvolvimento em áreas estruturadas com transporte público e infraestrutura adequada. Defendemos um crescimento urbano ordenado que respeita as áreas de preservação e investimos em projetos que estimulam a criação de espaços verdes, como o Parque da Luz e o Parque Botânico. Nosso compromisso foi mostrar que a construção civil pode ser um agente de transformação positiva, integrando desenvolvimento e preservação ambiental. 5 – Olhando para trás, qual você acredita ser o principal legado da sua gestão? O principal legado da nossa gestão foi consolidar o Sinduscon como um ator fundamental no cenário urbano, capaz de dialogar e influenciar nas decisões que moldam o desenvolvimento das cidades da Grande Florianópolis. Conseguimos construir uma entidade mais aberta, proativa e presente em debates cruciais, mostrando que a construção civil é mais do que um setor econômico; é um agente de transformação social e ambiental. Por meio dos projetos sociais e da participação ativa em conselhos e planos diretores, deixamos uma marca que ultrapassa a simples representação do setor. Criamos pontes entre a construção civil, o poder público e a sociedade, contribuindo para um futuro mais harmonioso e consciente. Acredito que esse é um legado que continuará a guiar o Sinduscon e a inspirar futuras gestões.
Fonte: ND